“Sem
Medo à Vida”
de Leo J.
Trese
Edição: Alêtheia Editores, março de
2016
O título é já por si encorajador e talvez tenha sido ele que me tenha
ajudado a escolher este livro numa livraria online. Escolhi-o para o ler em
momentos mais exigentes ou para refletir sobre a nossa condição humana, que tem sempre um
pé na felicidade e outro na infelicidade, sendo por vezes difícil caminhar num meio termo.
O autor é um padre católico que viveu entre 1902-1970 nos Estados Unidos.
Este tempo de pandemia leva-nos a pensar no sentido
da vida e na realidade da morte, porque muito perto de nós já morreram muitas pessoas e
continuam a morrer, muito mais do que aquilo que seria normal.
Comprei este livro há uns tempos e retirei-o da
estante recentemente, para o reler. Deixo alguns extratos das primeiras páginas que me parecem pertinentes
para a situação que vivemos
atualmente.
A leitura é fácil porque o livro está muito bem escrito e mesmo tendo
por vezes um tom doutrinal, tem sempre sentido e beleza na suas várias exposições.
Apresento então os extratos, o primeiro é
da contracapa:
“Preciso de gastar um longo minuto a olhar para
Deus, apenas a olhar, para compreender que Deus, este Deus de amor, de
sabedoria, de poder, não está à margem, num céu longínquo, mas comigo, aqui
mesmo, neste preciso momento e durante todo o tempo. Então com o que me preocupo?”
De dentro do livro tirei mais estes dois extratos:
“O aspecto mais árduo e difícil do nosso desalento é,
sem dúvida , a
nossa sensação de solidão, esse sentir que não temos ninguém em quem
poder confiar, que ninguém se importa connosco. Se sentíssemos umas palmadinhas de
Deus nas nossas costas e ouvíssemos a sua voz: estás a comportar-te
maravilhosamente, meu filho. Tudo nos seria muito mais fácil. Mas então não seríamos estes heróis – estes humildes e
pequenos heróis, mas ainda
assim verdadeiros heróis – de que o céu está cheio. Deus não vai diminuir a
intensidade do nosso gozo definitivo em troca de uma pequena satisfação atual. Mas a sua mão está aqui mesmo, devemos crer nisso.
E a sua voz fala ao nosso coração.”
“A maior tragédia da humanidade talvez seja verificar
que a maior parte da infelicidade que realmente há no mundo é inteiramente
desnecessária. Se
somarmos todos os desastres causados pelas forças da Natureza, como os
terramotos, os furacões, os incêndios, e lhes acrescentarmos
a doença e a
pobreza, e se contarmos ainda com algum ocasional tirano ou terrorista,
obteremos em resultado um total que será inferior à desgraça que causa a simples e
habitual indelicadeza humana.”
Há no livro muito mais a descobrir, textos completos,
de uma obra que é um todo.
Albina Nogueira – primavera 2020
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