Saturday 18 April 2020

Mais uma ideia de leitura


Sem Medo à Vida

de Leo J. Trese 

Edição: Alêtheia Editores, março de 2016






O título é já por si encorajador e talvez tenha sido ele que me tenha ajudado a escolher este livro numa livraria online. Escolhi-o para o ler em momentos mais exigentes ou para refletir sobre a nossa condição humana, que tem sempre um pé na felicidade e outro na infelicidade, sendo por vezes difícil caminhar num meio termo.

O autor é um padre católico que viveu entre 1902-1970 nos Estados Unidos. 

Este tempo de pandemia leva-nos a pensar no sentido da vida e na realidade da morte, porque muito perto de nós já morreram muitas pessoas e continuam a morrer, muito mais do que aquilo que seria normal.

Comprei este livro há uns tempos e retirei-o da estante recentemente, para o reler.  Deixo alguns extratos das primeiras páginas que me parecem pertinentes para a situação que vivemos atualmente. 

A leitura é fácil porque o livro está muito bem escrito e mesmo tendo por vezes um tom doutrinal, tem sempre sentido e beleza na suas várias exposições.

Apresento então os extratos, o primeiro é da contracapa:



“Preciso de gastar um longo minuto a olhar para Deus, apenas a olhar, para compreender que Deus, este Deus de amor, de sabedoria, de poder, não está à margem, num céu longínquo, mas comigo, aqui mesmo, neste preciso momento e durante todo o tempo. Então com o que me preocupo?”



De dentro do livro tirei mais estes dois extratos:



“O aspecto mais árduo e difícil do nosso desalento é, sem dúvida , a nossa sensação de solidão, esse sentir que não temos ninguém em quem poder confiar, que ninguém se importa connosco. Se sentíssemos umas palmadinhas de Deus nas nossas costas e ouvíssemos a sua voz: estás a comportar-te maravilhosamente, meu filho. Tudo nos seria muito mais fácil. Mas então não seríamos estes heróis – estes humildes e pequenos heróis, mas ainda assim verdadeiros heróis – de que o céu está cheio. Deus não vai diminuir a intensidade do nosso gozo definitivo em troca de uma pequena satisfação atual. Mas a sua mão está aqui mesmo, devemos crer nisso. E a sua voz fala ao nosso coração.”



“A maior tragédia da humanidade talvez seja verificar que a maior parte da infelicidade que realmente há no mundo é inteiramente desnecessária. Se somarmos todos os desastres causados pelas forças da Natureza, como os terramotos, os furacões, os incêndios, e lhes acrescentarmos a doença e a pobreza, e se contarmos ainda com algum ocasional tirano ou terrorista, obteremos em resultado um total que será inferior à desgraça que causa a simples e habitual indelicadeza humana.”



Há no livro muito mais a descobrir, textos completos, de uma obra que é um todo.





Albina Nogueira – primavera 2020








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